23 julho 2011

Amy Winehouse: mais uma familia perde sua menina para as drogas

Estava hoje na zona leste de São Paulo em um debate sobre políticas públicas eficazes para a questão da droga e álcool. É consenso que o combate se inicia em casa e na escola, porém há um bom tempo essa situação se agravou e transformou-se em violência silenciosa que acomete famílias inteiras, não só o dependente ou usuário de drogas. O movimento de saúde se preocupa muito com relação aos lugares que, no passado, recebiam portadores de doenças mentais que eram simplesmente depositados feito lixo, em instituições de caráter duvidoso.

Dr. Dráuzio Varela, esta semana em artigo na Folha de São Paulo, chamou a sociedade a refletir sobre a implantação de espaços, por parte do poder público, que dêem conta de receber os acometidos pelo crack e outras drogas pesadas, que precisam necessariamente de confinamento para seu tratamento. Enfim, um debate árduo, porém, extremamente urgente.

De repente, ao final da reunião, amigos em comum informam a morte de Amy Winehouse. Fiquei triste, confesso. Nem sei exatamente por que. Talvez porque eu cante suas músicas e, há bastante tempo, não conhecia uma artista internacional com tanto talento. Mas sim, era uma morte anunciada. A bebida, muito além das drogas, foi o que arrastou essa menina de 27 anos para o final de vida tão cedo. Assim como as drogas, sobretudo o crack, vem arrastando crianças de 9 anos e adolescentes em toda a periferia de nossa cidade.

Não há como não fazer um registro sobre essa morte, neste mês que ficou conhecido como mês internacional do Rock, e também porque Amy é uma artista das que mais aprecio no novo cenário da música pop internacional. Mas assim foi com Janis Joplin, Jimmy Hendrix, Jim Morrinson, Cazuza, Renato Russo, entre tantas promessas e ícones da juventude - a droga é implacável. Morre Amy Winehouse e fica a saudade de músicas como Valerie, que incorporei ao meu repertório nas raras vezes em que posso me dedicar à música. Fica, também, a reflexão sobre qual é, de fato, a nossa contribuição na luta contra o álcool e as drogas.

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